sábado, 5 de fevereiro de 2011

"Moda" não está na moda e "modelos" não são modelos.

Um ser humano débil sai de uma loja de shopping todo feliz por ter torrado seu salário irrisório em um “modelito fashion” da “última moda de verão”. Depois fica superficialmente feliz porque está dentro das “últimas tendências”, enganando a si mesmo que tem status e poder financeiro. Após algumas semanas porém, um exército coletivo já caiu na armadinha e já tem o tal “modelito” estampado em seus corpos. Nosso infeliz comprador se frusta, volta a ser exatamente igual aos outros, e no mês seguinte o ciclo recomeça: compra uma nova peça que ninguém (ainda) tem. PARABÉNS OTÁRIO: acabou de contribuir para o ciclo maquiavélico da indústria da moda.
  
"Amor, temos que comprar uma casa maior!"

Os shoppings estão infestados de lojas de moda por causa de compradores compulsivos. Pare de tentar imitar o que vê na televisão seu LACAIO. Modelos são pessoas contratadas para comerem somente uvas verdes e barrinhas Nutry, além de serem pagas para vestirem roupas esdrúxulas e maquiagens de Ney Matogrosso. A anorexia feminina das passarelas não é nem um pouco sensual, muito menos o andar típico em passos robóticos e dissimulados. Ou seja, modelos não são modelos. E inevitavelmente, a moda é justamente estar fora da moda, pois a maioria dos seres humanos normais não se assemelha aos modelos-mutantes das passarelas.

 
      "Modelitos BÁ-SI-COS para o dia-a-dia"

Até os mais graves míopes sabem que a (ir)realidade imposta nas passarelas não é nem um pouco coerente com o que enxergamos no dia-a-dia. Esqueletos ambulantes trajados de vestimentas ridiculamente caras e suntuosas estão longe de serem agradáveis. Muito pelo contrário, são aberrações, ou mais explicitamente, mutações distorcidas. São simplesmente resquícios de uma época em que roupas serviam primordialmente para serem usadas.
         
Entretanto, independentemente disso, normalmente indivíduos precisam vestir-se. Seja por convenção social ou para se protegerem do frio, vestuários “comuns” sempre continuarão existindo. Portanto, quando meu jeans desbotar simplesmente vou a loja e adquiro outro. Ora, mas não seria mais interessante para as grandes grifes convencerem as pessoas a consumirem seus produtos com mais freqüência? A resposta é sim, e é por esse motivo que novas “modas” são abstratamente inventadas. Estações do ano viram pretexto para criação de novos “padrões”: usa-se amarelo na primareva, vermelho no verão, verde no outono e azul no inverno. Cadê a utilidade prática?

Inegavelmente, isso não faz o menor sentido , trata-se de reles artificialização humana: uma calça preta tem exatamente a mesma função e utilidade de uma cinza.  Na União Soviética, todos se vestiam uniformemente durante anos, e apesar da rigorosidade dos inversos siberianos, poucos passavam frio. Em outras palavras, o Profeta não nega a necessidade de vestimenta, mas estas servem apenas para enriquecer grifes e elevar o ego momentâneo dos passivos compradores.

Assistimos seres humanos investindo milhõees em exageros extremistas e inacreditavelmente INÚTEIS  como roupas de carne, roupas de papelão, roupas de jornal, roupas de Jetsons, PAREM! Ao invés disso, pensem como vestir mais eficientemente de maneira mais barata, atendendo mais pessoas e com maior conforto. Ás grifes famosas com nomes estrangeiros: PAREM de comprar roupas no Brás feita por bolivianos ilegais e revender pelo tripo do preço. Aos consumidores: PAREM de torrar seus salários em INUTILIDADES, invistam, empreendam, sejam grandes indivíduos. 

"Nhaiii nós O-DI-A-MOS o Profeta, aquele grosso!"

A propósito, vesti azul e minha sorte não mudou.
Dispensados!

2 comentários:

webbie disse...

simplesmente amei esse texto!
:*

Anônimo disse...

nossa ! confesso q fiuei curiosissima em saber como vc se veste e onde compra as suas roupas!