terça-feira, 25 de janeiro de 2011

Literatura forma odiadores de livros

Não há absolutamente ninguém que questione com sensatez a obrigatoriedade do ensino de literatura nas escolas. Através desse artigo venho arrebentar professores de português politicamente corretos e metidos a pseudo-intelectuais. Mas Profeta, por que  diabos você resolveu falar disso no seu blog? A resposta  é simples: eu sou vítima do sistema escolar. Cresci envolto num tenebroso universo pseudo-literário no qual fui doutrinado a nutrir profundo ódio a livros. Eu e meus pobres milhões de colegas brasileiros fomos adestrados para ter aversão a qualquer agrupamento de palavras impressas. Para a sorte de mim e de vocês, saí do obscuro lodo literário e venho aqui, meter a real em Capitus e Bentinhos com argumentos sólidos e coerentes. Portanto, digo com a mais pura nitidez: o ensino de literatura não é tão importante quanto matemática, português, história...

    "Joãozinho, você tem 2 meses para ler isso, vale nota!"

Não contesto a qualidade literária das obras publicadas ao longo da história, e resguardo admiração pelos figurões literários. A qualidade dos livros clássicos tornou-se praticamente indiscutível. Há uma legião de admiradores da boa literatura e juntamente com as próprias obras, merecem ser respeitados. Contudo, o que contesto é justamente a obrigatoriedade do ensino destas em sala de aula. Assim como ouvir a Sinfonia de Beethoven e ler Shakespeare não é obrigatório para obtenção do diploma de ensino médio, ler Senhora também não deveria ser.

“Que duras críticas... a literatura é importante para entender a história.”
Os livros são carregados de história imaginária e irreal, são recheados de romances baratos e chulos. 95% de uma publicação literária é composta de casos amorosos fictícios, locais fictícios, personagens fictícios, e situações fictícias. Embora as ficções sejam diretamente inspiradas em suas respectivas sociedades, a trama dos livros NÃO SÃO a sociedade. É um ultraje comparar livros sérios de história, geografia, sociologia, filosofia ou antropologia com publicações fantasiosas e que retratam apenas uma ínfima parcela de conhecimento real.

“Mas mesmo assim a literatura tem relevância histórica, pois espelha a realidade social dos períodos em que foram escritos.”
Sim, concordo com tal afirmação, mas como já dito, o conhecimento é difuso e pouco prático. Uma simples página de um livro de história apresenta muito mais conhecimento do que 200 páginas de romances vazios. Se o objetivo da escola é o aprendizado, não deve ser escolhido o caminho mais longo. Se eu tiver com sede de conhecimento (histórico), não vou bebê-lo em conta-gotas (literatura), mas saciá-la na fonte (história).

“Mas Profeta, a literatura retrata os costumes de uma sociedade, e isso não está na história oficial”
Se esse argumento for válido, podemos dizer que as novelas da Globo retratam o mundo atual. Que os filmes hollywoodianos são meras cópias da complexidade das relações humanas. Poderíamos dizer que Paulo Coelho, Dan Brown e Augusto Cury retratam fielmente o mundo atual. Vocês concordam? Pois é.

 E aí? O que você vai precisar ler?

“Mas Profeta, o aluno precisa conhecer a língua portuguesa de outros períodos.”
 Experimente virar pro seu chefe e dizer “saudações raparigo, voismecê poderia me fornecer as horas?” Ora, embora seja possível o entendimento da frase, esta é ridícula e pouco prática. Uma palavra aprendida na língua inglesa é indubitavelmente, cem vezes mais útil do que dez palavras em português arcaico. Além disso, não precisa ser nenhum Sérgio Buarque de Hollanda pra entender um português de cem anos atrás, salvo alguns vocábulos e flexões, pouco se altera.

“É verdade, não se fala mais assim. Mas é importante formar o hábito da leitura nos alunos.”
Evidente! Aí está o ponto central desse artigo! O que os professores pseudo-intelectuais não entendem é que o aluno só vai aprender a gostar de ler pelo prazer, e não pela dor -  não é engolindo a comida goela abaixo que se saboreiam temperos. Eu tenho absoluta certeza de que a escola forma odiadores de livros, e não apreciadores.  

A escola deve mostrar o caminho do rio, mas não obrigar o aluno a beber água. Até o colegial, o Profeta sentia nojo de livros, mas quando descobriu a Revolução dos Bichos de George Orwell nunca mais parou de ler. Ninguém indicou, o descobrimento foi espontâneo.

Atualmente critica-se muito a futilidade de publicações como Harry Potter, Senhor dos Anéis, Crepúsculo, e etc, porém, muitos e muitos jovens estão iniciando a leitura através de “futilidades” do gênero. O prazer de ler é mais importante que a leitura em si, pois faz com que leituras relevantes sejam futuramente feitas.

Não é pela violência que se faz o aprendizado.
Dispensados!

5 comentários:

Nuriko disse...

A matemática que aprendi no colégio, fora para passar no vestibular, nunca foi útil em minha vida. Já a literatura, acrescentou muito em mim e trago comigo até hoje. Reflita.

O Profeta disse...

A matemática está em todos os lugares: em todos os objetos, todas as construções e todas as transações financeiras.

Você pode até não gostar de matemática (também não gosto), mas o mundo não seria nada sem ela.

Já a literatura não tem nenhuma utilidade prática e seus romances fictícios não contribuem para o progresso da sociedade.

Anônimo disse...

Difícil é acreditar que alguém tenha a coragem de dizer que vai "meter a real em Capitus e Bentinhos com argumentos sólidos e coerentes" e depois se supera escrevendo uma baboseira digna de um boçal sem um mínimo de noção do quão rídiculo está sendo. Você virará pó, Homero e os outros insignificantes escritores continuarão existindo ao longo da história. ajr1977@gmail.com

O Profeta disse...

"Não contesto a qualidade literária das obras publicadas ao longo da história, e resguardo admiração pelos figurões literários. A qualidade dos livros clássicos tornou-se praticamente indiscutível. Há uma legião de admiradores da boa literatura e juntamente com as próprias obras, merecem ser respeitados. Contudo, o que contesto é justamente a obrigatoriedade do ensino destas em sala de aula. "

Antes de falar "boçalidades" nos comentários ao menos LEIAM o texto.

gabrielacc disse...

"Para a sorte de mim e de vocês, saí do obscuro lodo literário e venho aqui, meter a real em Capitus e Bentinhos com argumentos sólidos e coerentes." - Coerentes e sólidos só se for pra você meu caro, nunca li tanta besteira junta! Uma tremenda palhaçada tudo isso... Mas cada um com a sua opinião não é?! Embora a mesma seja totalmente sem fundamento.